terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Magnus na Folha de S. Paulo

Da Folha de S. Paulo de 26/12/20009:


siga o mestre

Xadrez tem seu número 1 mais jovem
Magnus Carlsen, 19, rouba marca da lenda Garry Kasparov, seu atual treinador, que chegou ao topo quando tinha 22

Depois que começou a ter aulas com o grande mestre russo, norueguês vence 3 de seus 4 últimos torneios e fecha ano com feito histórico


CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL


Mikhail Fomichev/France Presse


Magnus Carlsen joga o Mundial de xadrez blitz, em Moscou, movido a suco de laranja, seu hábito


Sergio Maldonado 17.fev.08/Efe

O MAIS JOVEM
O norueguês Magnus Carlsen, 19, se tornou o enxadrista mais jovem a liderar o ranking; a marca antiga era de Kasparov, que ocupou o topo em 85 aos 22 anos




Em 30 de novembro de 1990, quando o norueguês Magnus Carlsen nasceu, o jogador de xadrez Garry Kasparov reinava absoluto no esporte. O russo detinha havia cinco anos o posto de número um do ranking e o título de campeão mundial, façanhas que conquistou no final de 1985, aos 22 anos.

Quase duas décadas depois, Magnus Carlsen, 19 anos completados a menos de um mês, acaba de roubar um dos feitos de Kasparov: em 1º de janeiro, quando a Fide (Federação Internacional de Xadrez) divulgar seu ranking atualizado, será oficialmente o mais jovem número um da história do xadrez.

Mas o mais curioso é que Kasparov, aposentado do xadrez profissional desde 2005, teve participação fundamental na proeza do jogador nascido em um dos distritos de Baerun, cidade de pouco mais de 100 mil habitantes no subúrbio da capital norueguesa, Oslo.

Desde o início do ano, Carlsen é aluno de Kasparov. E, em poucos meses de treinos, o norueguês roubou uma marca que o russo, 27 anos mais velho, detinha havia quase 25 anos.

"Fico esgotado nos treinos, mas já sinto uma melhora grande, principalmente nos aspectos psicológicos do jogo. Kasparov conhece bem e já jogou centenas de vezes com todos os meus principais rivais", disse Carlsen à Folha, por e-mail.

Depois que começou a ter aulas com Kasparov, o norueguês venceu três dos quatro últimos campeonatos que disputou, além de saltar de quarto para primeiro no ranking. Para o jogador, os resultados instantâneos foram uma surpresa.

"A verdade é que não tínhamos ambições concretas para 2009. O plano era chegar a número um somente no ano que vem", declarou o norueguês.

As aulas com Kasparov, que disse ter oferecido o treinamento a Carlsen por vê-lo como um candidato a seu sucessor -e ganha um polpudo salário para a função-, continuarão até o final de 2010.

Os dois já fizeram sessões de treinamento na Rússia, na Croácia e na Noruega. Segundo Carlsen, as aulas também acontecem pela internet.

Desde a aposentadoria de Kasparov, o xadrez não tem grandes ídolos. Nos últimos anos, o indiano Viswanathan Anand, o búlgaro Veselin Topalov e o russo Vladimir Kramnik foram mal sucedidos na busca por uma nova hegemonia.

Mas Carlsen, pela precocidade, pelo suporte de Kasparov e pelo apoio financeiro que recebe -é patrocinado por um banco e por um escritório de advocacia de seu país-, é o mais forte candidato a ocupar o posto do seu agora treinador.

O norueguês começou a jogar com oito anos. Tornou-se famoso aos 13, ao empatar justo com Kasparov, o então número um. No duelo seguinte, acabou derrotado e lamentou: "Joguei como criança".

Ainda com 13, conquistou o título de grande mestre, a maior graduação do xadrez. Foram mais seis anos para se tornar o número um.

Carlsen se mostra modesto. Para 2010, o objetivo é se manter como líder do ranking. "Sei que vai ser um desafio ainda maior do que foi até agora", prevê o novo número um.

Precocidade é fato comum na modalidade DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o final dos anos 50, quando o americano Bobby Fischer, morto em 2008, assombrou o mundo ao se tornar grande mestre aos 15 anos, a precocidade virou um ingrediente quase corriqueiro no xadrez profissional.

Mas, após cinco décadas, os feitos de enxadristas adolescentes continuam a impressionar. Foi uma mulher, a húngara Judit Polgar, que depois se revelaria a maior jogadora da história, a responsável por derrubar a marca de Fischer no início da década de 1990. Virou grande mestre cerca de um mês mais jovem que o americano.

Mas o recordista atual foi ainda mais precoce. Em 2001, o ucraniano Sergey Karjakin, hoje com 19, tornou-se o mais jovem grande mestre da história. Conseguiu o título aos 12 anos.

No ano seguinte, foi a vez do também ucraniano Ruslam Ponomariov, então com 18 anos, ser consagrado o mais precoce campeão mundial, feito que ainda perdura.

No Brasil, uma marca que se mostra difícil de ser batida é a de Henrique Mecking, o Mequinho. Em 1965, o jogador, que chegou a ser terceiro do ranking mundial na década de 1970, conquistou o Brasileiro com apenas 13 anos, façanha que permanece, mais de 40 anos depois, distante de ser superada. (CA)

Norueguês contraria domínio "soviético" em vigor há 60 anos DA REPORTAGEM LOCAL

A ascensão do norueguês Magnus Carlsen ao topo do ranking mundial indica que o xadrez vem passando por uma mudança em sua geografia.

Oriundo de um país sem tradição no esporte, Carlsen superou rivais que têm ao menos um ponto em comum: são formados na escola soviética.

Durante a Guerra Fria, a ex-URSS fez pesados investimentos no esporte, considerado estratégico para a propagação do regime comunista pelo mundo.

O resultado foi que, desde a década de 1950, não só a Rússia, onde o xadrez é tradicional, mas também países dominados pela antiga URSS na Ásia e no Leste Europeu se tornaram celeiros de atletas de elite.

Tanto que, nos últimos 60 anos, só dois campeões mundiais ascenderam longe da influência soviética: o americano Bobby Fischer, nos anos 70, e o atual campeão mundial, o indiano Viswanathan Anand, hoje o terceiro do ranking.

Mas, a despeito do papel fundamental da internet e de programas de computador, que facilitaram o desenvolvimento de jogadores de xadrez fora dos grandes centros, Carlsen e Anand ainda são exceções.
No ranking mundial, só 3 dos 20 melhores jogadores do mundo não são originários da ex-URSS ou de países do Leste Europeu. Além de Carlsen e Anand, o chinês Wang Yue.

E, apesar de estar longe do maior polo do esporte, Carlsen foi moldado desde sua infância para o xadrez de elite.

Poucos meses depois de sua estreia em torneios, aos oito anos, o norueguês ingressou na Top Athletes School, escola de atletas de seu país, para ter aulas com Simen Agdestein, então o melhor jogador de xadrez da Noruega -e também jogador profissional de futebol no país, inclusive da seleção.

Em 2003, aos 12 anos, Magnus deixou a escola para se dedicar integralmente ao xadrez. Sua educação ficou a cargo do pai, Henrik, que hoje atua como uma espécie de empresário. Na época, a família Carlsen vendeu um carro e alugou a casa em que vivia para levantar recursos para a empreitada do filho rumo à elite do xadrez. (CA)

BRASIL:

PAÍS TAMBÉM TEM LUTA AGUERRIDA PELO TOPO DO RANKING


Neste ano, o gaúcho Giovanni Vescovi, 31, e o catarinense Alexandr Fier, 21, lutaram pelo posto de número um do xadrez brasileiro. Em setembro, Fier roubou o topo do ranking de Vescovi, que era o número um desde 2007. Mas o gaúcho se recuperou e, no ranking de 1º de janeiro, aparecerá novamente na primeira posição. Em 2009, o Brasil também viu a ascensão de seu oitavo grande mestre, André Diamant, 19.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Reis do Vale

Enquanto não ocorre uma quarta edição do Torneio Candidatos Taubaté (ritmo pensado), o TCT vai abrir espaço para divulgar novos blogs que cobrem eventos enxadrísticos no Vale do Paraíba.

Confiram as dicas abaixo:

Reis do Vale (blog do Pedro Henrique Martins)

Treino de Xadrez (blog do Daniel Ikejiri)

Visitem! E até a próxima!